segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Vale a pena se magoar ?




Magoar. Termo interessante incutido na mente do ser humano como algo simplesmente péssimo. Algo dolorido, sem precedentes de tristeza. Mas, será que é isso mesmo? Será que a mágoa nunca tem uma pontinha de alegria?

Existem pessoas que dizem estar magoadas com a outra por coisas ínfimas. Por exemplo: “Estou muito magoado com você. Você fumou meu último cigarro e me deixou sem”. Se a pessoa falasse isso por pura gozação, ainda vai... Mas a pessoa guardar isso e realmente se magoar é simplesmente esdrúxulo. Porque não se lembrar de cada uma das coisas boas que o “ladrão de cigarros” fez nos últimos anos? Quantos bons frutos ele trouxe para dentro de sua casa?

O caso fica ainda mais interessante quando se trata de relacionamentos. Quando um casal namora por certo tempo e se separam, eles, geralmente, ficam dias, meses, às vezes até anos, sem olhar um para a cara do outro porque “estão extremamente magoados”. O mais interessante é que assim que estão namorando outra pessoa, procuram o primeiro para mostrar: “Tá vendo... Consegui outro... E esse tem carro importado e espelho no teto do quarto...”

O ficar. Isso é um caso muito estranho na sociedade atual. Duas pessoas ficam. São livres, leves e soltas e não devem satisfação de seus atos a ninguém. Porém, um deles é simplesmente apaixonado pelo outro, enquanto o outro ainda está numa fase meio confusa. Mas, como diz vovó: “A esperança – e a sogra – são as últimas que morrem”. O apaixonado espera de maneira sutil a outra pessoa e, repentinamente, descobre que ela está namorando. A porrada é grande, mas o amor é maior e ele continua firme, sabendo o que quer, apenas esperando o momento certo de agir. É nesse momento que aparece uma celebre frase: “Você sabe que a gente não vai ter mais nada, não é?”. Balde de água fria. Ele pergunta o porque e a resposta é: “para não nos magoarmos”.

Amigos e amigos, acompanhem meu raciocínio: você só se magoa quando você tenta, correto? E se você tenta foi por que você quis, correto? Se você quis, você alimenta um sentimento, correto? Se você alimenta um sentimento, você vive dia após dia ao lado da pessoa, aproveitando cada momento feliz de vocês, correto? Agora me respondam: Uma pequena mágoa pelo fim de um relacionamento – ou de uma tentativa de tê-lo – apagará cada momento maravilhoso que você teve ao lado dessa pessoa? Aguardo sua resposta nos comentários.

Queridos e queridas, deixo aqui meu apelo: não nos abatamos por coisas torpes. Mágoas somente são sentidas quando nós queremos. Enquanto pensarmos que o outro fez um mal para nós, ficaremos magoados. Porém, quando pensarmos nos milhares de benefícios e momentos felizes que o outro nos trouxe, com certeza saberemos perdoar e viver de maneira mais feliz e limpa.

Beijos e abraço.

Fiquem na paz de Deus !

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Crítica sobre o filme "Nosso Lar"


........Na noite da última terça-feira tive a oportunidade de ir ao cinema – depois de meses longe das poltronas quase confortáveis do Bangu Shopping – assistir ao melhor filme nacional dos últimos tempos – minha opinião, não discuta. Nosso Lar, livro ditado pelo espírito André Luis com psicografia de Francisco Candido Xavier, está conseguindo mover mundos de platéias por todo o Brasil na condição de longa metragem.

........O desenvolvimento não pode ser questionado em momento algum. Provavelmente o leigo que não conhece a história foi ver “apenas mais um filme nacional”. Eu, Kardecista e pesquisador da cultura espírita, pude vislumbrar um dos melhores trabalhos de pesquisa já feito para a confecção de um filme nacional. Primeiramente, o protagonista Renato Prieto deu um verdadeiro show na pele de Andre Luis, espírito que ditou o livro “Nosso Lar”. Porém , a parte mais interessante é o que poucos sabem.

........Tudo o que foi visto na telinha do cinema foi resultado de longas pesquisas por parte da equipe de produção do filme. As definições estéticas de “Nosso Lar”, bom como seus prédios, ruas, avenidas, ministérios e tudo mais partiram do desdobramento* realizado em março de 1979 pela médium Heigorina Cunha, sendo esta conduzida e orientada pelo espírito Lucius. Posteriormente, Chico Xavier e seu mentor Emannuel confirmaram os desenhos como sendo de “Nosso Lar”.


..........DESENHO DE HEIGORINA CUNHA..............................CENA DO FILME "NOSSO LAR"


........Logo que desperta após o desenlace material, Andre Luis (Renato Prieto) se encontra perdido no Umbral. Ai encontramos um novo elemento de pesquisa intensa por parte dos produtores. De acordo com o próprio livro “Nosso Lar”, o Umbral é “o local destinado a limpeza dos resíduos mentais do espírito antes de sua chegada definitiva ou intermediária ao Nosso Lar”. Porém, muitos outros livros incorporam e designam o Umbral, com destaque para o livro “Memórias de um suicida”, ditado pelo espírito Camilo Castelo Branco e psicografado por Yvonne do Amaral Pereira. O referido livro designa o Umbral como “lugar escuro, repleto de espíritos perturbados, que por terem terminado suas vidas antes do tempo previsto ou não terem aproveitado suas vidas para seu crescimento espiritual, devem ficar naquele espaço de sofrimento e dor até seu desenlace total da vida carnal”. No filme, o Umbral é visto exatamente desta forma, levando algumas pessoas a ficarem com medo.

........Acima de tudo, o que eu – pessoalmente, óbvio – mais gostei no filme foi a capacidade de, mesmo depois de desencarnado, Chico Xavier e seus mentores conseguirem unir todas as raças e credos em volta de suas obras. Em que momento de sua vida você já imaginou uma caravana de evangélicos irem assistir um filme categoricamente espírita? E católicos? Budistas? Pois é, todos foram. Só na minha sala deviam ter uns 50. Então, mais uma vez, comprova-se que a fé é feita pelos homens e, como diz papai, acredita quem quer. Eu acredito? E você?

........Beijos nas queridas, apertos de mão nos queridos. Até a próxima.




GLOSSARIO
Desdobramento - Desenlace temporário do espírito do corpo físico. Comum durante o estágio de sono.




* Crônica protegida por licenças Creative Commons. Reprodução permitida mediante apresentação dos créditos do autor.


** Para publicar, exponha os seguintes dados: Autor: Jhonatan Romão (www.jhonatanromao.blogspot.com)

domingo, 4 de julho de 2010

O poder de julgar


........Julgar. O que confere à um ser humano a “capacidade” de Julgar? Será que Deus em algum momento colocou na Terra alguém que seja frio o bastante para julgar sem tomar partido?
........Antes que alguém diga que eu estou tentando desacreditar o júri que condenou – com total maestria – o casal Nardoni, que assassinou friamente a menina Isabella digo que busco exatamente o contrário, irei mostrar aos senhores exatamente porque este júri foi simplesmente brilhante em suas decisões, bem como o Juiz Maurício Fossen.
........Previamente, creio que eu – e toda a nação brasileira – deve parabenizar a pessoa que se propôs à levar isto tudo até as ultimas conseqüências: Promotor de Justiça Francisco Cembranelli. Dois anos de trabalho em busca de cinco dias de julgamento e uma sentença. Sinceramente, meus queridos, qualquer outro promotor não teria iniciado este trabalho. No começo de tudo, a pesquisa superficial não gerou “provas” para a condenação do casal Nardoni. As provas efetivas vieram depois que este promotor assumiu as “rédeas” do caso.
........Depois de dois anos de espera, o início do tão esperado julgamento. O caso, que gerou comoção nacional, foi relembrado detalhadamente em todos os programas, jornalísticos e de auditório, de todas as emissoras brasileiras e muitas de fora do país. Nada melhor do que algumas imagens para avivar a memória do povo.
........Acusação, representada pelo promotor, pedia condenação por HTQ - Homicídio Triplamente Qualificado (Motivo Fútil, Sem chance de Defesa e Contra menor de 14 anos, judicialmente incapaz) e Fraude Processual. Defesa, com o Dr. Roberto Podval, buscava desacreditar a perícia, que atuou brilhantemente, informando que os seus “resultados são incoerentes” e que existia “falta de provas juridicamente aceitáveis”.
........Um entrave comparado à lutas campais da idade média teve fim na noite do dia 26 de Março. Depois de cinco dias de embate, o juiz Maurício Fossen deu o veredicto:


“Os réus são considerados culpados pelo tribunal do Júri. Antes da informação da pena adquirida, informo que os réus, criminosos hediondos, não terão direito à pedidos de Hábeas Corpus, bem como de liberação parcial por bom comportamento e seus respectivos indultos.”
........Só esse trecho já lavou minha alma. Meu sorriso veio crescendo por saber que, pelo menos desta vez, eu pude presenciar a justiça dos homens funcionar contra os verdadeiros errados. Vamos à penas:

Alexandre Nardoni – 31 anos, 1 mês e 10 dias de reclusão, sob acusação de Homicídio Triplamente Qualificado, em regime fechado. 8 meses de reclusão , em regime fechado , mais 24 meses de multa, sob acusação de Fraude Processual. Penas cumulativas com carga de 31 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão em regime fechado, acrescidas de 24 meses de multa.

Anna Jatobá - 26 anos e 8 meses de reclusão, sob acusação de Homicídio Triplamente Qualificado, em regime fechado. 8 meses de reclusão , em regime fechado , mais 24 meses de multa, sob acusação de Fraude Processual. Penas cumulativas com carga de 27 anos e 4 meses de reclusão em regime fechado, acrescidas de 24 meses de multa.
........Acreditem, caros amigos: a justiça ainda existe na Terra. Dentro de certo tempo, eles irão sentir a justiça suprema: a de Deus. Que a falange de espíritos de luz conduzam Isabella Oliveira para seu descanso no plano superior e que possam, também, acalmar a dor terrível da mãe e da avó de Isabella.
........Você, que leu esta crônica, observe: peço, do fundo do meu coração, que, ao deitar-se, reze pelo espírito de Isabella Oliveira. Chamo-a assim, pois a presença do sobrenome se tornou inaceitável depois da comprovação do crime. Olhe para seu filho ou filha na cama e ame-o a cada dia mais. Ele pode mudar o mundo, assim como Isabella mudou, embora de maneira trágica. Agora sim ela poderá descansar em paz aos cuidados de Deus Pai.

........Boa noite à todos. Paz e luz.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

"E só assim, então, serei feliz... Bem feliz..."



Felicidade. Esta é a palavra de ordem para toda a raça humana. Ser feliz é o que nos torna capaz de ir além de nossos limites, de conseguir alcançar nossos objetivos e, acima de tudo, viver bem.

Aristóteles disse que “não devemos entregar nossa felicidade na mão de ninguém”. A primeira vez que li isso, estava num momento muito ruim e, sinceramente, acreditei. Mas, com o tempo, percebi que é impossível. Sim, pois acredito na voz do incrível poeta – e meu ídolo – Tom Jobim, quando ele canta “É impossível ser feliz sozinho”.

Posso ser certo ou errado, mas a minha felicidade está na mão de todos aqueles que me fazem felizes. E, se um dia eu os perder, parte de minha felicidade se vai junto com eles. Não sei se você, amigo leitor, consegue me entender, mas como dizia meu amado e saudoso avô – que Deus o tenha em bom lugar – “Meu menino é todo alma e coração, mas sua razão perde lugar”.

Parecia que ele previa quantos sofrimentos eu passaria na vida. Quantas pessoas me usariam, me pisariam, me humilhariam, me fariam sofrer. Talvez até soubesse, mas eu precisava passar por essas coisas para aprender muita coisa.

Hoje minha felicidade se resume à minha família – parte dela, pelo menos – e meus amigos. Mas somente os verdadeiros. Porém, dentro todos esses amigos, alguns se destacam muito. Decidi falar de um, ou melhor, de uma delas hoje.

Ano passado eu a vi pela primeira vez. Sorridente, linda, reluzente, estrela de um encontro divinal – tudo bem, peguei do samba da Mocidade, mas é bonito – e, naquele mesmo instante, tive certeza que ela seria alguém especial na minha vida. Porém eu precisava vencer uma coisa: o medo de falar com ela. O ano passou, conclui meu ensino médio e nunca falei com ela. Na minha cabeça ficou a pergunta: “Será que verei ela de novo?”. E vi.

Aula de educação física e ensaio de dança. Quando olho para o lado, vejo o leãozinho mais lindo de toda a face da Terra me chamando para ajuda-la com um passo. Tive medo, mas estava ali como profissional. Expliquei o que ela me pediu e acabamos conversando. A cada palavra, a cada sorriso, a cada risada, eu me fascinava ainda mais pela pessoa maravilhosa que ela é. Hoje, ela é responsável pela maior parte dos meus sorrisos. Menina, obrigado por ter aparecido na minha vida. Peço desculpas aos meus amigos, mas eu precisava falar desta pessoa.

Muito obrigado pela visita e não esqueça de deixar seu comentário. Abreijos.



Crônica dedicada à Nathalia Araújo



* Crônica protegida por licenças Creative Commons. Reprodução permitida mediante apresentação dos créditos do autor.

sábado, 22 de maio de 2010

"O que eu também não entendo..."


O que eu também não entendo? Sinceramente, muitas coisas nesse “mundão de Deus”. Coisas simples, coisas absurdas, mas coisas sem explicação, realmente.


Existem alguns doidos que tentam responder perguntas como “Porque o Pato Donald usa toalha se não usa calças?”, ou “Porque as explosões de cinema são tão estrondosas se o som não se propaga no vácuo?” ou, ainda mais ridiculamente, “Quem nasceu primeiro – o ovo ou a galinha?”. Amigos, amigas e transgênicos – nada contra – sejamos minimamente inteligentes e paremos de tentar responder coisas sem respostas.

Uma coisa que eu não entendo, por exemplo: Ponto de Ônibus. Primeiro, falemos do ponto final. 50 pessoas numa fila para entrar num ônibus que ainda não está no ponto final. Quando ele vira na esquina da rua do ponto final, pelo menos 2 pessoas irão fazer sinal. Pergunto: PARA QUE? Se o ponto é FINAL, é porque não tem mais nenhum além daquele, ou seja, ele vai PARAR ali. Ainda no tocante ponto de ônibus, quando um ponto circular está bastante cheio e todo irão pegar o mesmo ônibus, basta uma pessoa fazer sinal. Mas ai, quando o ônibus chega, é uma sinfonia de braços e odores – geralmente desagradáveis depois de um dia trabalho – nos narizes dos transeuntes.

Existem raciocínios que eu não entendo. Há pouco tempo, numa certa universidade, vi um livro a venda numa banca de jornal. O título: “A HORA DO VERDICTO FINAL”. Quase tive um filho colorido, por que se é um VEREDICTO tem que ser FINAL. Não existe veredicto semi-final, ou quartas-de-final.

Para completar, falarei brevemente de telejornais. Me diga sinceramente qual a finalidade, por exemplo, do “Globocop” ? Tudo bem, trazer notícias aéreas e tudo mais, porém, é apenas isso?

Tarde de verão, praia lotada, Águia 1 dos Bombeiros preso em atendimento, Águia 2 da PM em operação, e o “Globocop” sobrevoa a praia filmando dois banhistas se afogando. 15 minutos para a chegada do socorro e os banhistas são resgatados desacordados. Que porcaria de piloto é esse que não abaixa a aeronave e resgata os banhistas.

Manhã de Sexta-Feira, ajuda humanitária necessita de ajuda no transporte de donativos para a região de São Gonçalo, atingida recentemente por grandes enchentes e desmoronamentos. Os caminhões, vans e carros não são o bastante para a carga, mas o “Globocop”... filma a entrega dos donativos do alto. Porque aquele teco-teco não ta carregado de material e pousado fazendo a entrega? Quer me convencer que a imagem aérea é mais importante do que ajudar um ser humano?

Sinceramente, “Globocop” de pobre é carrinho de roliman descendo de ladeira. Acostumemo-nos com os pilotos de helicópteros das emissoras sem interesse em ajudar a figura humana.

Grande abraço e até a próxima.



* Crônica protegida por licenças Creative Commons. Reprodução permitida mediante apresentação dos créditos do autor.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Vejo tua imagem... Mas não vejo você !



Já passa da meia noite. Eu dormia fora de minha casa. O quarto, completamente escuro, verdadeiro breu. Pouco antes acordara de um sonho maravilhoso vivido ao seu lado. De repente, ainda sonolento, ouço passos cortando a sala de estar. Eu tento acordar e não consigo. A porta do quarto abre. Repentinamente começo a sentir duas mãos quentes e delicadas subindo por minhas pernas, minha coxas, tocando meu peito e chegando ao meu rosto. Eu não conseguia ver quem era, mas a única imagem que eu via era a sua. Seu rosto, seus olhos, seu carinho, tudo de você estava na minha cabeça, mas aquelas mãos não sossegavam.

Pensando em você, o prazer subiu pelo meu ser, deixando-me completamente teso. Meu corpo respondia a cada toque, mas você nada falava. Meus olhos não viam seu rosto, mas minha mente se fixava nele. Você passeava por todo meu corpo, beijando cada pedaço, alisando todos os pontos que me deixam completamente louco: até parecia ter um mapa de meu prazer.

Sem dúvida, é muita presunção pensar em você dessa forma, mas naquele momento não existia interesse sexual em você, apenas emocional. Não simplesmente sexo, mas sim amor. Viajei por teu ser, beijei sua boca e senti teu corpo colado ao meu. Minha volúpia aumentava, mas só via o amor que sinto por ti.

Amamos freneticamente por horas, nos cansamos e acabamos pegando no sono. Ao amanhecer – extrema surpresa – não era você. Era ela, aquela que não amo, que não desejo, que não quero. As lágrimas passaram a escorrer de meu rosto, meu corpo passou a ser alvo do meu mais puro asco, mas minha mente não saia de você. Implorei desculpas em pensamento à você e, mais uma vez, senti o cheiro do pior de mim.

Sai da cama. Tentei não acorda-la para não precisar dar explicações. Tomei um banho para tentar lavar a sujeira que estava em meu corpo pela pior coisa que já fiz na vida. Fiz um forte café e tomei para tentar esquecer tamanho erro. E seu rosto, inquisidor, triste, me fazia chorar a cada minuto mais. Fui ao quarto, me despedi tentando ser o mais natural possível, e fui embora. Até hoje o asco daquele dia circula em meu corpo. Me desculpe, meu eterno amor. Sou teu e de mais ninguém, eternamente.

 
 



* Crônica protegida por licenças Creative Commons. Reprodução permitida mediante apresentação dos créditos do autor.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Linguagens ocultas da dança

Jhonatan Romão e Amanda Assis - Expodance Rio 2009

       

Dança... A mais bela das linguagens. Com ela, não precisamos de palavras, de argumentos escritos ou verbalizados. A dança fala por sí, através de seus passos, compassos e abraços. O prazer da dança toca a pele, o peito, a alma, a mente e muda sua vida.
        Posso verbalizar - me contradizendo, por sinal - diversas danças, mas algumas me fascinam de maneira singular. Pelo jeito, pela conotação, pelo apelo. Cada uma tem seu lado especial.
        Samba. Existe, por acaso, um ritmo que te faça mexer mais o corpo que o samba? Mostra no pé o que você sabe, babe o balanço do quadril da mulata em cima do salto plataforma, salte delicadamente tal qual um colibri e faça a sua festa. Pegue sua dama, avance para o salão e, entre facões e contratempos, mostre seu Swing.
       Bolero. Seriedade, romantismo, desejo implicito numa dança sóbria. Volúpia escondida por uma capa de conceitos e máscaras de cinismo. Movimentos sutis, toques aveludados, proximidades perigosas e, acima de tudo, respeito pela dama.
        Mas, creio eu que, atualmente, nenhuma dança me fascina mais do que o Zouk. Um ritmo quente que mostra o que você quer - e o que não quer também - para a sua parceira de dança. O toque dos corpos contorcendo-se entre rebolados e quebras de quadril, a proximidade dos lábios nas entradas dos cambret's, o abraço malicioso disfarçado sob a máscara sutil de um mergulho. Porém, antes de mais nada, o que mais me fascina no Zouk é o olhar. Os olhos do cavalheiro vidrados no de sua dama, tocando-a e dizendo, com volúpia desmedida: "Quero você". Os passos quase que sexuais instigam a imaginação de quem assiste e o desejo de quem dança.
        Se você, caro amigo, quiser dançar, eu indico: o Zouk é um ótima pedida. Até a próxima.






* Crônica protegida por licenças Creative Commons. Reprodução permitida mediante apresentação dos créditos do autor.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Escrevendo para um anjo (Homenagem à Isabella Oliveira)

Imagem - Reprodução Internet


Querida Isabella.

........Sei o que pode estar passando pela sua cabeça, mas daí de cima você está vendo a confusão. Foram dois anos de luta daquele moço alto de terno, o promotor, para provar quem foi que te mandou para os braços de Deus. Pensar que logo eles poderiam fazer isso dói no meu coração, imagino no seu.
........Você vai sentir falta da sua mãe, da sua avó, dos seus tios e amigos, mesmo estando ao lado deles o tempo todo em espírito. Você vai se sentir triste ao lembrar do que sofreste, mas a falange de espíritos protetores que estão ao seu lado irão te conduzir ao melhor lugar. Tenha certeza que, ai em cima, as coisas estão muito melhores que aqui em baixo.
........Você ouvirá sua avó chorar, sua mãe chamar, seu tio gritar... Apenas fique calma, pois você estará o tempo todo dentro deles, no coração de cada um deles. Você nunca morrerá, nem para eles, nem para toda a sociedade brasileira.
.......Você ainda é novinha, mas tem que saber: sua morte não significou o fim, mas sim um novo começo. Foi-se o envoltório carnal, o corpo, mas o seu espírito continua vivo: sorridente, brincalhão, verdadeiro e inocente.
........Muitos irão se perguntar porque você tinha que viajar, mas você não poderá nem saberá responder. Deves saber que Deus faz sempre o melhor para todos nós, ainda que o melhor para nós possa ferir o coração de alguém.
........Quanto à eles, não se preocupe: foram condenados. Pagarão pelas feridas que deixaram em seu corpo e no coração de quem realmente te amava. Reze junto, e peça muita misericórdia a Deus por eles. São espíritos perdidos, sem perspectiva, sem verdade, sem vida. São apenas espécimes inanimados.
........Te deixarei no conforto de sua nova morada. Você não me conhece, pelo menos não pessoalmente... Talvez espiritualmente. Um dia nos encontraremos e você saberá quem foi uma das pessoas que rezou por você.
........Durma com Deus. Boa Noite. Bom Descanso.



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** Para publicar, exponha os seguintes dados: Autor: Jhonatan Romão (www.jhonatanromao.blogspot.com)

quinta-feira, 25 de março de 2010

Apenas alguém...

Arte: Jhonatan Romão - Foto: Reprodução Internet


Lembro todos os dias de você. Um certo dia, como quem não quer nada, foi surgindo na minha vida e cavando seu espaço, gradativamente, no seu coração. Humilde, não pediu muito, mas recebeu tudo. Ainda arde no peito a lembrança do teu sorriso encantador, do toque suave de suas mãos sobre meu rosto, do contato quente e inocente da sua pele com a minha. Teu olhar, flagrante, amante e curioso buscava entrar entre as veredas do meu ser e encontrar a verdade do meu sentimento, porém, meu medo impedia você de chegar perto de alguma descoberta.

Por ironia do destino – ou obra do acaso – nos separamos. Lugares diferentes, motivos diferentes. Convivemos com pessoas diferentes, vivemos nossas rotinas sem nem pensar no passado. Mas dentro de mim estavam guardados todos os abraços, carinhos e palavras doces que trocamos no ápice de nossa humilde inocência. Mas, ainda nessa época, não imaginava o que era “estar apaixonado”.

Passaram tempos, meu coração doía cada vez mais à sua distância. Eu, sem medo do que perderia, busquei todas as formas de te encontrar e pude, depois de muito tempo, localizar a dona das minhas canções.

Ela nem mesmo imaginava o quanto eu a amava, mas eu sabia... Meu coração me dizia. Mas foi ai que o medo voltou, e eu simplesmente não sabia o que fazer. Como me declarar? O que falar? Será que eu iria perder a mulher que eu amo por não saber como me expressar? E, de repente, do pranto fez-se o riso – que me perdoe Vinícius de Moraes – e, num momento de sangue quente, lancei em letras tudo o que sentia:
- Será que você é a única incapaz de perceber que eu te amo? Que eu sempre te amei? Que você é a mulher da minha vida?
- Eu?
- É... você!
- *--*
Meu medo caiu e nada mais importa, apenas provar para ela o quanto à amo. Saber que ela conhece meu sentimento me conforta e continuar tendo ela do meu lado me faz um dos homens mais felizes do mundo. Agora? Só Deus sabe... Só sei que nada sei, além de que a amo acima de tudo.

Até a próxima, amigos.






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sexta-feira, 19 de março de 2010

"Deus me deu a arte como um dom..."


Baile de Dança de Salão na Companhia de Dança Ponto de Equilibrio (2010)
Jhonatan Romão e Barbara David - Zouk


........“De artista e louco todo mundo tem um pouco”. Ouvi isso por toda a minha vida da minha avó, bisavó e de todos os que me antecederam nesta Terra. Eu concordo, mas fico tentado a comentar: como sabemos que somos artistas?

........Em resposta, ninguém sabe que é artista, se desenvolve com o tempo. Eu sou um artista e tenho orgulho de ser, porém, tive que descobrir, às vezes sob duras penas, das minhas capacidades artísticas. Eu costumo dizer – sem tentar estabelecer aqui uma ascensão de meu nome – que sou um artista quase completo: canto, danço, escrevo, toco e atuo. Ai me chega um engraçado e diz que eu faço tudo que um artista faz e respondo que não. Continuo tendo muito a fazer. Mas sei, também, que sou um artista difícil de se encontrar por tudo que já vivi em tão pouco tempo de vida.

........Eu nunca imaginaria que aprenderia a cantar e dançar. Escrevia desde que me entendia por gente e era através disso que eu desabafava minhas angustias, embora breves. Fui me aprimorando, crescendo, amadurecendo e minha forma de escrever foi se alterando, se modificando de acordo com os momentos de minha vida. Ou melhor: se adaptando à minha rotina de vida.

........Instrumentos musicais? Nem aprendi o piui tic tac da tia Cotinha. Mas o meu empenho me fez entrar na banda do meu antigo colégio e crescer a tal ponto de ser convidado por outros colégios para tocar em suas bandas. Dança? Até os 11 anos era um imenso – sempre fui grande para a minha idade – perna de pau. Quando iniciei da dança, era caçoado pelos outros que faziam aula há mais tempo que eu. Empenhei-me e com 13 anos estava formado Professor de Dança de Salão. O mais recompensador foi ver essas pessoas que riam de mim me procurando para aprender as técnicas da dança de salão.

........Cantar? Nunca consegui quebrar a taça de cristal de casa. Um certo dia, um senhor de seus 60 anos me ouvindo cantar na rua me abordou e disse:

........................- Tens uma bela voz. Porque não faz uma aula de canto?

........Devo confessar que fiquei com medo da pessoa. Nunca vi a figura e ele vem com esse papo. Deve estar querendo ganhar dinheiro. Isso continuou em minha mente, até que resolvi levar mais a sério os meus “ensaios de banheiro”. Isso me rendeu – depois de certo tempo – apresentação colegial, perspectiva de montagem da minha banda, um dos solos mais importantes da companhia de teatro na peça de fim de ano e uma vaga de intérprete no bloco que eu freqüentava.

........Falando em teatro, nunca pensei ser capaz de atuar. Quando entrei no meu último colégio, onde fiz meu ensino médio, fui obrigado a participar das peças teatrais – que valiam ponto – da minha turma. Na primeira delas, - eu entrei no segundo ano neste colégio – fui roteirista, diretor e narrador. Mas não aquele narrador da voz do além não, eu aparecia em cena, interagia com os personagens como se fosse um espírito observando tudo. No ano seguinte, fui roteirista, diretor e ator da peça. Capitães da Areia: fiz o Padre José Pedro, personagem esse que aparecia em quase toda a peça. Também ingressei na Cia. de Teatro Castelo Branco, onde interpretei um anjo, um coordenador de uma trupe de teatro mambembe, um trem, um dançarino – ta, esse foi fácil -, e, pasmem, o Sílvio Santos – depois de alguns meses na câmara de bronzeamento artificial.

........A arte me trouxe muita coisa de bom, mas, o que considero mais importante, são as pessoas que conheci nesse tempo. Agradeço aos meus mestres Ubirajara, Guará e João Pedro por todo o apoio que me deram. Sem falar de pessoas que surgiram na minha vida e mexeram com ela de maneira inesperada. Desculpem se eu esquecer alguém: Bárbara David, Daiene Perret, Dani Araujo, Raiza Lopes, Laura Cardoso, Thiago Almeida, Karol Luparelli, entre outras pessoas que entraram na minha vida e me fazem muito bem.

........Aplico aqui uma música que diz tudo o que posso querer falar para as pessoas que ajudei, de alguma forma, com a minha arte:


"Deus me deu a arte como dom
Foi como nascer numa avenida
Meu primeiro choro foi no Tom
foi pra mim tão bom
Tenho a fé fortalecida
Já cheguei sabendo a profissão
Ela é a missão da minha vida
Se eu puder tocar um coração
Faço a minha obrigação
Estou sempre agradecida,
Agradecida

Abro o coração em oração
Rezo o meu terço
Grata à vocação,à inspiração
Que vem de berço
Que essa luz divina que do alto,venha iluminar meu palco como desce o véu.
Sinto a mão do Pai,
Que Ele está perto e me segura
Manga quando cai no tempo certo está madura
Tudo que acontece tem uma razão de ser
E agradeço aos céus

Obrigada meu Deus
Pelos casos de amor que eu já fiz começar
E das brigas sofridas,de dor que eu também ajudei a curar
pelo povo que segue comigo
O amigo que vai onde estou pra me ver cantar
Obrigada meu Deus

Obrigada por tantos valores
O talento das mãos de quem sabe tocar
Os poetas e compositores,
Essa força que eu sinto no ar
Minha vida é um show e o roteiro foi Deus quem traçou

(Obrigada – Alcione)


........Aguardo vocês amanhã, meus queridos. Até logo !





* Todos os direitos reservados ao autor em licença Creative Comons


** Para publicar, exponha os seguintes dados: Autor: Jhonatan Romão (www.jhonatanromao.blogspot.com)

terça-feira, 16 de março de 2010

"Um exemplo de vida": João Pedro Roriz (Crônica do dia 13/03/2010)

Eu e João Pedro Roriz - Show de Dança e Música na UCB (2009)

.......Certo dia uma pessoa – que não me recordo quem foi – me disse que eu só conseguiria ir além quando confiasse nas pessoas. Não sei porque, mas acho que foi minha avó – coisas assim sempre são ditas por elas - , mas não tenho certeza.
.......Enfim, durante minha vida, encontrei muita gente que chegou, saiu, ficou, conversou, brincou, fugiu. Pessoas que entraram na minha vida por horas, dias, semanas, meses ou anos. E hoje resolvi falar de uma delas.
.......Está quase fazendo um ano que conheci um cara que, a primeira vista, não agrada muito. Confesso que eu pensava que João Pedro Roriz era mais um “charlatão” que virou artista e virou metido a besta. Já o tinha assistido no teatro e na televisão, mas outros artistas que tive oportunidade de conhecer eram tão mesquinhos que eu já não fazia questão.
.......Tudo começou – nossa, parece que vou contar a história do surgimento do ser humano – em abril, quando os eventos da banda que eu comandava começaram a ser marcados. Por ordem da Coordenação do Colégio, fui até o setor cultural conversar com o “tal João”. Sentamos, falamos meia dúzia de palavras e prometi enviar fotos do primeiro evento. Após enviar as primeiras informações da banda por e-mail, esse “jovem senhor de quase 30” me convidou para visitar o ensaio da Companhia de Teatro.


.......No segundo ensaio já me tornei músico e fui conhecendo quem realmente é João Pedro Roriz e suas facetas: diretor, ator, humano, sofredor, pessoa, amigo.
Muito me surpreendeu o dia em que ele me convidou a tentar atuar. A partir daí, a confiança não foi mais a mesma: aumentou a cada dia. Participação em sarais poéticos, apresentações de dança, bailes de dança de salão. Nesse ponto, minha admiração por tal figura humana já ultrapassava os limites da razão.
.......Peça de final de ano: o que farei?

- Jhonatan, você faz o anjo.
- Eu? Anjo?
- É, o anjo...
- Mas o anjo fala a peça toda... É um personagem importante.
- Eu sei. E é por isso que eu to dando ele pra você.

.......Creio que nunca me empenhei tanto em fazer algo. A carga de responsabilidade era altíssima, mas eu estava feliz. Feliz de ter conquistado o respeito e a amizade desta pessoa tão incrível e que me levou à tantas realizações, valorizando o meu trabalho, a minha arte e a minha personalidade.Hoje, se alguém me perguntar quem são meus exemplos de vida, eu respondo com toda a segurança do mundo: meu pai, meu irmão, meu tio e João Pedro Roriz, o melhor amigo que uma pessoa pode ter. Obrigado pela atenção e até a próxima.

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Em memória de um certo Galdino... (Crônica do dia 12/03/2010)

Monumento ao índio Galdino de Jesus - Praça do Compromisso - Brasília/DF


.......É incrível como a cada dia a humanidade perde o seu valor lógico, emocional e, principalmente, racional. Coisas que tenho acompanhado desde que nasci me fizeram criar este conceito e creio que irei morrer com um conceito ainda pior. Devo especificar algo que me amedrontou quando eu ainda era pequeno.
.......Lembro que do alto dos meus 5 anos de idade (1997), ao ligar o televisor, vi a imagem amedrontadora de um ponto de ônibus completamente queimado. O mais triste de tudo foi saber que ali, no meio do plástico derretido, do vidro estourado e do ferro retorcido, existiam restos mortais de um ser humano. Índio Galdino de Jesus, liderança indígena, especificamente do povo pataxó, após ser ateado fogo vivo por cinco “jovens de classe média”. Acompanhei o caso junto com meu pai, que fazia direito na época, e, ao serem descobertos, a desculpa dos jovens foi: “confundimos ele com um mendigo”.
.......Caro amigo leitor. Peço que, nesse momento, seja, por favor, extremamente sincero: o fato de eles terem confundido o índio com um mendigo confere-lhes o direito de atear fogo vivo em quem quer que seja? Dos cinco, quatro foram condenados por homicídio qualificado – um era menor de idade – e deveriam cumprir 14 anos de reclusão. É ai que entro em outro ponto: a prisão. Tecnicamente, a prisão é um local onde os presos são retidos da convivência social em função de pena adquirida por erros penais, ou seja, um grande castigo. Esses rapazes tinham regalias na prisão, tais quais: televisor no quarto, banho quente, cortinas nas celas e muito mais. Após cumprirem um terço da pena, em 2004, já estavam os quatro em liberdade condicional. O menor? Cumpriu três meses numa unidade correcional e foi liberado, com sua ficha completamente limpa.
.......Essa é a sociedade em que vivemos, queridos leitores. Uma sociedade suja, onde quem mata covardemente um índio que apenas lutava por uma vida melhor para os seus é libertado antes de concluir sua pena. Vivemos num país inválido, se apoiando em muletas e que luta em dizer que está “se reerguendo”. Porque eu digo isso? Por que nosso país só irá se reerguer quando o “jogo democrático” for jogado da maneira certa, ou seja, em prol do povo. Enquanto isso, teremos mais Dilmas, Paloccis, Fernandos, Inácios, Eduardos e Sérgios. Todos os dias veremos mais dólares na cueca, na meia e onde ainda não conseguimos imaginar. Mais assassinos, mais ladrões, mais crianças sendo perdidas para o tráfico porque o governo se preocupa em lutar pela perda dos royalties – sem dúvida é uma perda grande, mas um ponto facultativo estadual começa a se tornar exagero – mas não em proporcionar uma educação de qualidade.
.......Sendo assim, peço à você, meu amigo, meu leitor, que não feche a boca porque sua vida está razoável. Olhe para o lado, preste atenção a sua volta. Nossas vidas não são tão confortáveis quando prestamos atenção nos Galdinos que morrem todos os dias. Boa noite e até a próxima.

Obs.: Esta crônica teve indicação para trabalhos universitários. Peço que, em seus comentários, não usem de linguajar pejorativo ou maledicente. Grato.

quinta-feira, 11 de março de 2010

A Droga do Amor



..........Caros amigos. Exatamente 58 dias sem postar algo nesse blog que eu tanto amo. Como disse, tive problemas e eles, graças a Deus, estão sendo controlados. Disse que amo meu humilde blog. Mas... o que é o amor?


..........Todos nós sabemos que os mais diversos poetas, léxicos (e disléxicos também) já tentaram enfatizar os prós e os contras do amor. O mais interessante é a incapacidade que até mesmo os mais letrados tem de caracterizar verbalmente tal sentimento.


..........Venhamos e convenhamos: o amor é o sentimento mais estranho do mundo. É o único capaz de fazer sorrir de tristeza e chorar de alegria; de fazer sofrer antes mesmo de fazer rir. É puro e sujo, angelical e infernal, espiritual e carnal, tudo ao mesmo tempo. Que confusão, não é? Mais estranho ainda é assistir filmes antigos e ver que, antigamente, o “amor” – ou falso amor – era simplesmente comprado por preços absurdamente ridículos e negociado como peça de troca, afinal, tinha-se como “amor” o ato sexual e nada mais. O pior é isso perdurar até hoje na sociedade. Qual menino mais “pobrinho” não foi trocado pelo dono da moto nova e cara? Qual moreninho da zona oeste já não foi trocado pelo branquinho milionário da zona sul? É difícil encontrar homens que nunca tenham sofrido por amar.

..........Porém, não tiro desta discussão as mulheres. Também sofrem ao encontrar uma pessoa errada, que nãos a valorizam, que as machucam e pretendem apenas se aproveitar delas. Mas encontramos, ai, uma coisa interessante: elas sofrem pelo rapaz musculoso e com carro do ano e procuram um ombro para chorar. Quem oferece? Aquele que a ama de verdade, que sofre o sofrimento dela, que chora suas lágrimas e ri seus sorrisos... Aquele rapaz franzino, de óculos fundo de garrafa, que carrega dentro dele o mais verdadeiro e profundo amor.


..........Digo com segurança que muitos que leram até aqui – grande parte desistiu na terceira linha – vão pensar: textos melodramáticos sempre tem final feliz. Sempre não, meus caros. A vida não é filme, muito menos novela ou aquelas chanchadas mexicanas. Quantos não sofrem até o ultimo dia de suas vidas pela única mulher que amou? Quantos não levam pancadas da vida e se entregam a derrota por causa do chamado amor? E vou além: a maior parte dos meus leitores pensarão que sou um insensível que nunca se apaixonou. Pois respondo que não. Me apaixonei sim, e ainda sou apaixonado... Ainda amo a mesma mulher desde o dia em que a conheci. E, assim como muitos “não musculosos e quatro-olhos”, sofro por alguém que não tenho. Porém, continuo no mesmo lugar: ouvindo, ajudando, conversando, aconselhando, mesmo que tudo isso me custe permanecer o resto da vida longe dos seus beijos.


.........Aguardo vocês amanhã

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

CAROS AMIGOS

VENHO ATRAVÉS DESTA POSTAGEM INFORMAR QUE, POR PROBLEMAS PESSOAIS, ESTAREI, TEMPORARIAMENTE, ME AUSENTANDO DESTE BLOG. ASSIM QUE ESSE PROBLEMAS FOREM SANADOS, VOLTAREI COM MINHA CRÔNICAS PARA OS QUE ACOMPANHAM. PEÇO DESCULPAS E AGRADEÇO A COMPREENSÃO.

JHONATAN ROMÃO.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

"Joga pedra na Geni..."

Olá amigos. Hoje meu dia foi bastante monótono: com o pé machucado, passei quase o dia todo em casa. Mas, daqui de dentro, observei coisas que me deixaram encucado.

Sou intenso ouvinte de Música Popular Brasileira e hoje meu dia foi movido à Chico Buarque. Bom, na verdade, até no teatro meu dia é movido à Chico Buarque (várias musicas dos musicais da companhia são dele). E ao ouvir pelo octogésima vez a música “Geni e o Zepelim”, me veio a mente toda a cena que se passava na escrita da canção.

Trata-se de uma moradora de uma certa cidade que era tida com “mulher da vida”. Supostamente ela “dava” para todos e era, segundo o povo da cidade, a “queridinha” dos meninos do internato, dos velhinhos sem saúde e até mesmo das viúvas sem porvir. Certo dia apareceu um Zepelim sobre a cidade e apontou 2000 canhões. A cidade apavorada recebeu a visita do comandante, que disse que pensou em explodir aquela cidade tão mesquinha, mas que não o faria em troca de uma noite com Geni.

Geni – obviamente – se faz de difícil, diz que prefere entregar-se aos bichos. Naquele momento a cidade deixa de “crucificar” Geni e pede, de joelhos, que ela passe uma noite com o comandante para salvar a cidade. Ela, emocionada com aquele pedido e achando que tornar-se-ia uma heroína, cedeu. Depois da noite de volúpias, o comandante vai embora em seu Zepelim e Geni, contente, pensa que tudo ficará bem. Mas depois disso tudo, a cidade volta a “apedrejar” Geni, colocando-a novamente na condição de prostituta.

História triste não é? O mais triste é saber que tudo isso acontece todo dia. Eu pergunto: qual foi a pessoa que nunca prestou atenção na vida de outra ou teceu um comentário, ainda que benéfico, sobre ela? Todos, companheiros, todos já fizeram isso. O mais interessante é que ninguém se dá conta e, quando a coisa explode, simplesmente passa a se fazer de vítima.

Estou numa situação dessas. Duas pessoas que se diziam minhas amigas se afastarem por uma atitude minha. Numa conversa, comentei – buscando ser o mais delicado possível - sobre determinado assunto com uma amiga que pediu minha opinião. Ela, que já havia terminado com o seu namorado – um dos supostos amigos – acabou conversando com ele e expondo a minha conversa. Ele, furioso – estranho, quem tem culpa de algo sempre fica enfurecido, não é? – disse-me poucas e boas ao telefone e se desligou de mim. Sinceramente, não liguei, até porque ouvi ele mandar a minha amiga – e protegida – calar a boca, e isso eu não admito de jeito algum.

Algumas semanas depois, outra suposta “amiga” começou a falar gracinhas de mim. Me acusando de ser falso e mais alguns títulos, pediu-me: “Me deleta da sua vida...” . Nossa, que favor imenso você está me fazendo. Bom saber o quão ridícula você é: falar isso depois de ter arruinado a minha vida? De ter me tirado um dos meus sentimentos mais importantes e verdadeiros? O pior de tudo é saber que eles estão tentando fazer a cabeça de outras pessoas. Mas sabe o que atrapalha eles? A minha honestidade. Todos os meus amigos de verdade têm por mim um apreço imenso e nada nem ninguém vai conseguir destruir isso.

Então, amigos, deixo aqui um recado: se queres ser meu amigo, seja. Será um prazer te ter do meu lado. Mas se essa não for a sua intenção, nem se aproxime de mim. Pode não parecer, mas eu mordo – no sentido figurado – e de maneira bem dolorosa.
Peço desculpas se esperava uma crônica, mas hoje eu precisava desabafar. Acho que aqui é o meu melhor instrumento para isso. Aos amigos de verdade, conhecidos e desconhecidos, um abraço sincero. Aos falsos amigos? o desprezo. Espero o seu comentário.


Alguém me empresta um mapa? (Crônica do dia 08/01/2010)

Você, amigo leitor, consegue entender a cabeça das mulheres? Pois é, então você é mais um na lista quilométrica dos que eu conheço. Acho que no dia que lançarem um manual de instrução explicando a mulher ele virá em russo e sem nenhuma tradução para outra língua – os russos detêm grandes tecnologias de guerra, talvez consigam entender as mulheres e guardem as respostas para eles.

Você pode não entender muito bem o motivo de eu abordar este tema hoje, mas tudo partiu de algumas observações que fiz durante a semana que se passou. Sou intenso leitor e telespectador, sendo assim, acabo sabendo de várias reportagens e, sempre, tem uma mulher envolvida.

Uma reportagem num grande jornal dizia assim: “Mulher é espancada, entra em coma e marido é preso em flagrante”. Até então, algo revoltante. Decidi ler a notícia e, ao final, lia-se: “Ao fim de quatro dias, a esposa foi liberada e retirou a queixa contra o marido, com quem voltou para casa.” Pergunta-se: ela gosta de apanhar? Meu Deus, como pode uma pessoa ser espancada, ficar à beira da morte e voltar a morar com o agressor. Daí me chega minha tia e diz: “Ah, ela o ama, por isso voltou...”. Então se eu me apaixonar por uma traficante, ela der um tiro na minha bunda eu tenho que ir atrás dela por que a amo? Não, não consigo aceitar esse tipo de coisas.

Outra coisa que me deixou surpreso foi veiculada no mesmo jornal. Sabemos que os jornais são divididos em várias sessões, inclusive na internet. Entrando no site deste jornal estava entre as notícias mais lidas a seguinte: “Fernanda Paes Leme vai a praia com o ex”. Pergunto: E daí? O que eu tenho a ver com a garota ir na praia com o ex. Cara, o passeio é dela, o ex é dela, tudo é dela. O que me interessa a vida da mulher. Mas o que me chocou mais foi minha tia (enxerida) querendo ler. Lado a lado, duas reportagens: a que citei acima e outra que dizia “INCA precisa aumentar o estoque de sangue para o carnaval. Veja aqui como ajudar”. Deu-se o seguinte diálogo:

- “Clica ali pra eu ver”
- Aonde tia?
- Ali, no negocinho ali.
- Ah, no linok da doação de sangue?
- Não, na Fernanda Paes Leme... Dizem que o ex dela batia nela e tudo mais.

O que dá na mente de uma pessoa para ficar mais preocupada em ler sobre a vida dos outros do que em ajudar o seu próximo. Não digo só pela minha tia, digo de todos. Até porque a Fernanda Paes Leme figurava entre as dez mais lidas como 2º lugar e o INCA – coitadinho de quem se acidentar no carnaval – não apareceu nem em 10º.
Queridos e queridas que me visitam diariamente, peço que, caso tenham alguma suspeita de como funciona a mente da mulher, me avisem. E cuidado: a Fernanda Paes Leme é mais importante que a doação de sangue. Grande abraço.




terça-feira, 12 de janeiro de 2010

No jogo da vida, o jogo da sedução


Caros amigos, milhões de perdões não justificarão as minhas faltas dos últimos dias. Mas como tudo tem uma explicação, lá vai a minha: meu sistema do blogspot não estava funcionando em minha casa, sendo assim, não conseguia lançar minhas postagens. Somente ontem o sistema começo a normalizar. Deu problema de novo a noite e voltou com a corda toda hoje pela manhã.

Sendo assim, farei o seguinte acordo com vocês: diariamente ( a partir de amanhã ) postarei a crônica do dia e, em anexo, a crônica de um dos dias que faltam (08/09/10 e 11 de Janeiro). Assim, normalizarei o envio sem deixa-los sem saber meus devaneios de quatro dias.

Hoje decidi falar de jogos. É tão bom jogar, não é? Mas, se formos pensar bem, tudo na vida é um jogo. O jogo de estudar, o jogo de trabalhar, o jogo de amar. Todos estes e outros são jogos, ainda que tenham um cunho diferenciado e especial, são gostosos de jogar. O mais engraçado de todo jogo é arriscar.

Falando do jogo da sedução, hoje retomei um. Sempre é bom jogar, mas às vezes é perigoso. Não nego que é maravilhoso jogar nas barbas do perigo, mas quem não arrisca não tem adrenalina na vida. A coisa fica melhor ainda quando o jogo é em dupla e com alguém que você conhece, confia, segue e gosta.

Cada momento, cada palavra, cada ação é analisada como um novo desafio. Você, apreensivo, à espera de um único gesto que indique uma bobeada do (a) oponente para atacar. No meu caso, minha parceira tem um dom incrível: a dissimulação. Mas não a dissimulação ruim, digo isso pelo lado bom. Você vê na cara dela que ela está louca para te agarrar e te beijar, mas se segura e, com a cara mais cínica do mundo, te chama de medroso.

Nome? Não, isso não posso revelar. Mas sei que, se ela não desistir antes, esse jogo vai render muitas crônicas. Me acompanhe e não esqueça de comentar. E lembre-se: jogue na vida. Não adianta apenas buscar a perfeição. É muito bom correr por fora sem se preocupar no prêmio da linha de chegada. E vou além: não confunda seu jogo com outras situações, como amizade ou amor, por exemplo. Espero ter seu comentário. Grande abraço.








segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Para alguém especial... (Crônica do dia 07/01/10)

O inferno, por vezes, anda a me perseguir. Não, não é o inferno que tem aquele carinha com o garfo, vestido de vermelho e cheio de fogo em volta. Estou falando do inferno que minha vida se tornou. Mas é complicadíssimo, pois ao tempo que é o inferno também é o paraíso. Nada estás à entender, certo? Então explicarei. Me apaixonei.
Não digo que me apaixonei pela pessoa errada, apenas me apaixonei por alguém que tem medo do seu próprio coração; que prefere seguir num pseudo-amor do que descobrir que o amor verdadeiro pode estar mais próximo dela do que imagina; que talvez esqueça dos instantes que passamos juntos ou até mesmo dos beijos trocados; que demonstra ter se arrependido de sentir o gosto do meu beijo, o calor do meu corpo e, principalmente, a verdade do meu sentimento. Hoje, o que mais me dói, não é não poder tê-la, pois o meu amor é tão grande que por mais que seja ruim não tê-la ao meu lado, meu único e maior desejo é poder observa-la, mesmo que de longe, porém feliz. O que dói mesmo é não poder vê-la e ter de observa-la com ele.
Ela é feliz? Não sei... Talvez seja, talvez se engane ao dizer que é, afinal a dúvida é peça corriqueira em nossas conversas. Mas apenas quero vê-la bem. Não me importa com quem ela esteja, feliz ou infelizmente, eu a amo mais que tudo e nada nem ninguém é capaz de fazer-me esquece-la. À mim cabe, apenas, lembrar cada momento que passei ao lado dela, os doces beijos impensados, os calorosos abraços verdadeiros, os perigosos olhares flagrantes. Vai doer, mas, um dia, acabarei por me acostumar com essa dor. Mas, de certo, o costume à tal dor não significará o fim de um sentimento, mas sim a maior prova que eu poderia dar de que eu realmente à amo.
Uso como doutrina para tal situação a famosa frase que diz “O futuro à Deus pertence... O tempo é o senhor de todas as coisas”. Quem sabe o tempo não fará com que ela mude de idéia ou, dependendo, as circunstâncias forcem ela à lembrar de cada palavra que eu disse à ela. Se ela estivesse lendo essa carta eu diria, apenas, para finalizar o seguinte: Lembre-se que no céu à um Deus que te ama, e na terra, um simples e singelo homem que te venera e deseja te ver bem. O nome dele? Jhonatan Romão.

(Escrito em 10/12/08)


quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Lembranças...


Caros amigos. Hoje me peguei lendo antigas cartas, poemas e textos e percebo o quanto evolui. Digo isso apenas em relação à redação, pois emocionalmente continuo o bobo romântico e apaixonado de sempre. Acabei lembrando de momentos, tristezas, alegrias, enfim, de muita coisa. Decidi, então, colocar vocês na minha sessão nostalgia e apresentar à vocês um desses textos. Lembrando: qualquer semelhança com a vida real é pura coincidência.


Rio de Janeiro, 30 de Novmbro de 2009 - 23:50


Às vezes tomamos decisões precipitadas
E não vemos o que acontece ao nosso redor.
Não vemos que as mentiras estão mais próximas do que imaginamos...
Ou vemos e não aceitamos.
Mas de nada adianta se não queremos ver os erros.
Talvez não tenha passado em sua mente que não tenhas feito mal à mim.
Se querias ser diferente, foi e ainda é.
Talvez tenhamos cometido erros no inflame de nossos desejos,
Mas qual ser humano nunca errou?
Somos humanos, feitos de carne, ossos e desejos.
Não sei se sabes o que é a sua decisão, mas de certo você à tomou.
A mim cabe, apenas, acatá-la.
Mas para que mandar no seu coração?
Quem sabe não seja ele que te trás as "melhores" decisões?
Peço que não pense em não querer ter existido,
Pois é por isso que hoje tenho um sentido na vida;
Peço que não pense em sumir, pois se o fizesse eu não sobreviveria;
Peço que nunca pense em morrer, pois sua morte será o meu fim.
Para não ver alguém chorar precisaríamos não enxergar
Pois o choro é a limpeza da alma
Que te liberta de tudo que o aflige
Para que possas sorrir deves tirar de sua mente
Todos os males que eu oo quem quer que seja
Possa ter fito à ti.
Já olhou nos meus olhos e teve medo de resolver seus problemas.
Já teve a oportunidade de conversar comigo, se abrir,
Mas você prefere sua folha de papel silenciosa.
Dei-te meu ombro para que se apoiasse
E minha boca para tentar te aconselhar
Mas você preferiu não tê-las.
Você sabe o que dizer, o que sentir,
Mas tem medo de saber.
Você teme, até mesmo, ser a garota certa...
Mas é... Para mim.
Se queres esquecer o que aconteceu, é seu direito
Mas nunca você poderá apagar o que aconteceu.
Peço perdão por minhas palavras instáveis
Mas não é minha intenção te ferir.
Rogo que esta noite possas tomar seu travesseiro
E durmas bem, com bons sonhos.
E peço que não feche os olhos, pois nunca irei partir...
Irei apenas me ater ao que me é de direito...
Te observar e te amar.
Daí, não farei mal à ti, mas provarei que realmente te amo.

(Jhonatan Romão - Todos os direitos reservados ao autor)


Creio que a maioria das pessoas nem mesmo imaginará quem é o alvo deste texto, e é até melhor assim. As melhores coisas acontecem na calada do mistério, no prazer de esconder. Mas rogo que aqueles que sabem, principalmente a pessoa para a qual se destina esse texto, lembre-se de tudo o que passamos e me diga, novamente, se foi tudo indiferente ou não. Até logo amigos.



terça-feira, 5 de janeiro de 2010

"Do Éden ao paraíso da loucura..."

Carnaval... A festa das raças. A famosa “Kizomba” que todo mundo adora. Carros alegóricos, baterias, fantasias, blocos, cerveja (oba!) e muita, mas muita mulher bonita. Tudo bem, tem umas coisas que Deus fez e quando chegou na Terra caiu de cara, mas não é nada que umas cervejas não ajudem a resolver. Ta, tudo bem, tem umas que nem assim tem como. Mas essa é a verdade: o carnaval é a festa do povo.

Vou além: o carnaval é o período do ano em que o povo é mais suscetível à ser otário. Não entendeu? Então vou explicar. Quantas pessoas, durante o carnaval, cobram dos políticos as CPI’s, as obras públicas, o aumento da segurança? Ninguém, caro amigo. Fica o coitadinho do Wagner Montes esbravejando na televisão e o povo na rua, “pra ver a banda passar / cantando coisas de amor”. E quantas pessoas assistem o fechamento da CPI dos pãezinhos acabar em pizza? Nenhuma. E quando passar no Jornal Nacional ainda dizem: “Ah, é tudo massa mesmo... Nem faz diferença”.

Não nego: Sou apaixonado pelo carnaval. Assisto os desfiles do camarote nº 400 (minha casa), com uma pizza gigante e uma coca de 2 litros do lado. Mas fico pensando: quanto estes caras gastam para o desfile? Se formos pensar, tudo ali é cobrado: carro de som, luz, água, aluguel de telões, caminhões, equipes especializadas para cada setor de serviço. Mas imaginem, também, quanto que estes caras lucram com isso tudo. Ingressos, alimentação, bebidas, lembrancinha da escola (nossa, tão vendendo a estrelinha da Mocidade... que bonito).

Pra melhorar, vem a “emissora oficial do carnaval”. Até onde eu sei, o que temos que assistir é o desfile, e não um bando de comentaristas falando asneiras. Pra vocês terem noção, pensemos no esquenta da bateria. Aquela emoção, paradinhas especiais, gritos de guerra, sambas históricos que arrepiam até o pelinho mais escondido do corpo e.... NÓS NÃO VEMOS NADA! A emissora simplesmente esquece que existe a concentração e fica mostrando a passista com o menor tapa-sexo (Tudo bem, é interessante... Mas depois ela vai posar nua e a gente vê sem, poxa), a pluma que caiu do vestido da porta-bandeira (Meu Deus, a mulher parece uma galinha d’angola de tanta pena e se preocupa com uma?), o carro de som que furou o pneu (e daí, já acabou o desfile), enfim, tudo menos o esquenta da escola.

O mais engraçado no carnaval pra mim é passar na frente de determinadas igrejas “fervorosas”. Você passa com a camisa da Mocidade (é a minha escola, e daí?) e o cidadão te aborda: “Venha aceitar o senhor Jesus, varão...”. Pergunto: tenho cara de ateu? Eu só gosto de samba, não quer dizer que eu não tenho Jesus no coração. Um amigo tinha uma blusa de um samba que falava de orixás e, ao passar na frente de uma igreja com a blusa no ombro, teve a blusa roubada e lançada numa fogueira. “Essa blusa é do capeta... Venha para nossa igreja, fiel. Temos água gelada, ar condicionado, fundo de investimentos para aquisição de espaços no céu...” (esse último foi pensamento meu). O que mais me chateou foi que eu dei a blusa pra ele.

Bom, o que eu sei é que o carnaval ta chegando. Já estou preparando minha voz pra puxar o bloco em que saio (este ano eu sou intérprete) e sinto muito quem não gosta. Como diz o samba da minha escola de coração: “Meu coração vai disparar / sair pela boca / não dá pra segurar / paixão muito louca...”. Isso é o carnaval pra mim. CPI, Violência? “Serpente, chega pra lá / hoje eu quero sambar com a Mocidade”. Até amanhã amigos.





domingo, 3 de janeiro de 2010

Favela vai descer... Ou não !


Olha eu aqui de novo, pessoal. Hoje eu venho abordar um tema até um pouco complexo, que muitos preferem deixar de lado mas que não pode-se esquecer: a favela.

Não me entendam mal, mas a favela é um lugar meio esquisito. Um lugar cheio de becos, vielas, desconfortável, mas que ninguém quer sair. Ai você diz: “Não, Jhonatan, eles querem sair sim”. Eu respondo que não. Digo isso seguramente porque assisti essa semana 60 moradores de uma comunidade carente do Rio de Janeiro negando a chave de uma casa própria dada pelo governo do estado. Por que? Por que era um bairro depois do que eles estavam. Pois é, amigos: UM BAIRRO. Apenas 2 quilômetros de distância separavam a favela da nova casa. Nem mesmo 10 minutos de caminhada.

Mas a favela não é estranha somente em razão disso. Você já reparou que, geralmente, moradores de favela – os pobres de verdade, pelo menos – sempre dizem que não tem nada? Pois é. Como não tem, se eles estão vivos? O pior não é isso: aquele que “não tem nada” é, geralmente, o que não faz nada para tentar angariar uma renda mínima. Ainda pior é quando ocorre uma enchente e ele dá uma entrevista para o Balanço Geral: “Poxa, Wagner... Eu perdi tudo... Culpa do poder público que não faz nada pela gente”. Como que perdeu tudo se não tinha nada – eles mesmos que disseram isso em outra reportagem – e o poder publico faz sim: dá casas que vocês dispensam por ser 10 minutos mais longe da favela.

Sei que, provavelmente, alguém que more numa favela – ou comunidade carente, como preferir – deve ler esta postagem. Entenda, não estou sendo preconceituoso – embora pareça – estou me baseando em fatos, e apenas isso.

Uma coisa que me revolta ficou comprovada numa reportagem que assisti – também no Balanço Geral – realizada numa comunidade carioca. A família reclamava que não tinha condições para locomover a filha ao hospital semanalmente para que ela fizesse seu tratamento e, por isso, não a levavam. Até então, compreensível. A coisa começou a ficar estranha quando foi mostrada a frente do hospital: é do lado da comunidade. Mas, tudo bem, não há de se carregar a menina no colo – embora tenha cadeira de rodas – pois é desconfortável. Nesse momento o repórter resolve entrar na casa da família e, logo na sala, o que vemos?

Provavelmente você pensou na menina, jogada num sofazinho todo rasgado, coberta com um lençol velho. Pois se enganou. Estava a menina, deitada num sofá novíssimo, com o ar condicionado da casa ligado e a TV de Plasma ligada na multishow (canal de TV à cabo). Você pensa: ahh, tudo normal. Não, não é. Se a pessoa não tem dinheiro para levar a filha para o hospital – que fica do lado – como é que tem ar condicionado e TV de Plasma em casa, com TV à Cabo? E era daquela grande, de 42 polegadas. Pombas, vende a televisão pro vizinho e paga as passagens da menina.

Peço desculpa se alguém se sentiu ofendido ou viu alguma ofensa nisso tudo, mas tem coisas que precisam mudar. Uma delas é a hipocrisia de determinadas pessoas que gastam dinheiro para coisas supérfluas e pedem ajuda para o que realmente é necessário. Espero que você, caro leitor, possa compreender a minha revolta. Não esqueça de fazer seu comentário. Aguardo seu comentário. Até amanhã.






sábado, 2 de janeiro de 2010

Mulher é que nem biscoito...

Olá meus amigos. De começo, peço desculpas pela minha ausência recente, mas estive em viagem e não pude fazer o controle do meu blog. Muito mal consegui entrar no meu orkut, isso depois de muito guerrear com 30 remelentos que queriam usar também na lan house. Mas, enfim, estou de volta para falar com vocês de uma situação que me aconteceu.

Até a manhã de hoje eu era um homem comprometido. Usando de fidelidade, buscando sempre estar perto, dando atenção, mas acabou não dando certo. Porque eu sinceramente não sei, mas nada posso fazer senão acatar.

Pois bem. Não sei o porque, mas hoje foi o dia das cantadas. Vim bem cedo da casa de meu pai, que mora muito bem localizado em São Gonçalo (eu sei, sou um grande piadista). Peguei uma van que me deixa na Leopoldina e encostei pra dormir. Lá pelas tantas da viagem, acordei com um bafo quente no meu pescoço. Era uma morena – linda, por sinal – que estava bem perto de mim, me observando. Eu, inicialmente assustado, perguntei o que ela estava fazendo – como se eu fosse ingênuo demais – e ela respondeu que estava sentindo o meu perfume. Disse à ela que tinha namorada. virei para o lado e voltei a dormir.

Na Leopoldina, peguei um ônibus até a Central do Brasil e, no trem, entrou uma loira estonteante – daquelas que param o trânsito – e todos do trem olharam pra ela. Eu me mantive quieto. Num trem de vagões abertos, ela olhou para todos os lados e sentou exatamente do meu lado. Gelei. Naquele momento estava lendo meu livro atual e ela se interessou. Começou a falar que fazia letras, que sua monografia era baseada em Dom Casmurro e tudo mais. Conversamos bastante, mas, de minha parte, não houve nenhuma maldade. Dali à um pouco, ela me tira um cartão do bolso e um perfume do outro. Borrifa o perfume no cartão, coloca no bolso do meu blusão (que fica na altura do peito) e disse “Guarda pertinho do coração, príncipe”. Nem preciso dizer que ri muito e que apenas pensei “Tenho namorada, me manterei fiel à ela”.

Ao saltar na estação de Realengo, uma mocinha de, aparentemente, uns 15 anos começou a me seguir. Pensei se tratar de uma assalto. Mais na frente, a figurinha me abordou e falou: “Me passa teu msn, gato?”. MEU DEUS, eu nunca vi aquela garota, ela nunca me viu, e, do nada, no meio da rua, ela pede meu msn? Tem algo errado. Eu – óbvio – dei um msn errado e fui para o espaço em que trabalho.

Ao chegar às portas, haviam três menininhas na porta, conversando e, conforme eu me aproximava, elas iam se cutucando. As meninas não deviam ter mais do que 13 anos. Quando me preparei para subir as escadas, uma delas levantou e disse:

- Tio ! (Pois é, extremamente decadente isso para um rapaz de 17 anos, quase 18)
- Fala, minha lindinha.
- Você tem namorada?
- Tenho sim.
- Ela é ciumenta?
- Não, meu anjinho. Por que?
- Ahh taah. É porque eu quero ficar com você.


Engoli seco. Uma menina de 13 anos, nem mesmo criada para o mundo, pedindo pra ficar comigo. Tudo bem que não sou o senhor dos relacionamentos, mas já tive alguns na vida, a maioria com mulheres mais velhas. Então, com toda a paciência – cara de pau e frieza – eu falei com ela que não poderia, dando mil desculpas.



E olha que engraçado: depois de uns 10 minutos, recebi uma mensagem em que minha namorada (digo, ex-namorada) resolveu simplesmente terminar. Incrível como um namoro de 15 dias pode terminar por mensagem. Talvez tenha sido até melhor. Mas ela não podia ter mandado a mensagem de manhã bem cedo? Ia me economizar bastante trabalho. As menininhas de 13 não digo – não sou pedófilo, minha gente... Também tenho uma imensa ojeriza de quem pratica isso – mas a loira que me deu o telefone eu até que troco uma idéia. Ah, esqueci de comentar. Enquanto eu dormia na van, a morena colocou o msn dela no meu bolso. Pois é amigos, existe o ditado que, por muito tempo, eu ousei não concordar, mas agora não tenho porque. Mulher é que nem biscoito: vai uma, vem dezoito. Grande abraço amigos e até amanhã.



OBS.: Caros amigos, antes que minhas amigas me matem de porrada, o ditado que uso no final é no contexto da crônica. Em momento algum estou generalizando as mulheres, até porque, muitas merecem total respeito e dedicação.

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