O ser humano é a principal peça de contradição na terra. Presença de um ser humano em um lugar qualquer é certeza de dúvidas, problemas e comentários duplicados. Não que seja uma intenção ou uma necessidade, mas é algo comum. Para exemplificar isso, usarei um tema que vem sendo abordado constantemente na TV.
No dia 10 de dezembro, um estrondo foi ouvido por moradores da Rua dos Inválidos, Centro Histórico do Rio de Janeiro. A Defesa Civil foi chamada e constatou irregularidades no solo. Todos os moradores foram retirados para lugares seguros. O prédio ficou interditado durante dias. Neste período, a Prefeitura do Rio de Janeiro custeou a estadia de parte dos moradores – aqueles que não tinham casas de parentes para se hospedar – no Arcos Rio Palace Hotel, na Av. Mém de Sá.
Nesse período (do dia 10 até o dia 22 de Dezembro), o centro do Rio foi invadido por manifestações constantes dos moradores “revoltados” que queriam voltar para casa. O prédio foi liberado pela Defesa Civil no último dia 22 e, ao saberem da liberação, os moradores foram à Associação dos Moradores e Amigos do Centro (AMAC), que pediu à Justiça a re-interdição do prédio, pedido este concedido no dia 23 de Dezembro.
Pergunta-se: qual era a necessidade de manifestações e tudo mais para, quando a situação está parcialmente resolvida, resolverem não voltar mais? Pois é, amigo: eles simplesmente bateram o pé e não voltaram. O mais revoltante (para mim) foi ligar a televisão no telejornal vespertino da Rede Globo e ver um monte de gente sentada no hall do hotel, com cara de vítima, reclamando que “ninguém toma uma providência”. Amigos, tenho acompanhado pela mídia o trabalho que vem sendo executado na obra e a única coisa que não pode ser dita é que nada está sendo feito.Verificações de solo à cada 40 minutos, ausculta computadorizada das paredes 24 horas ao dia para verificar possíveis rupturas. Mais de 30 agentes da Defesa Civil envolvidos, e os moradores dizem que nada foi feito?