quinta-feira, 27 de maio de 2010

"E só assim, então, serei feliz... Bem feliz..."



Felicidade. Esta é a palavra de ordem para toda a raça humana. Ser feliz é o que nos torna capaz de ir além de nossos limites, de conseguir alcançar nossos objetivos e, acima de tudo, viver bem.

Aristóteles disse que “não devemos entregar nossa felicidade na mão de ninguém”. A primeira vez que li isso, estava num momento muito ruim e, sinceramente, acreditei. Mas, com o tempo, percebi que é impossível. Sim, pois acredito na voz do incrível poeta – e meu ídolo – Tom Jobim, quando ele canta “É impossível ser feliz sozinho”.

Posso ser certo ou errado, mas a minha felicidade está na mão de todos aqueles que me fazem felizes. E, se um dia eu os perder, parte de minha felicidade se vai junto com eles. Não sei se você, amigo leitor, consegue me entender, mas como dizia meu amado e saudoso avô – que Deus o tenha em bom lugar – “Meu menino é todo alma e coração, mas sua razão perde lugar”.

Parecia que ele previa quantos sofrimentos eu passaria na vida. Quantas pessoas me usariam, me pisariam, me humilhariam, me fariam sofrer. Talvez até soubesse, mas eu precisava passar por essas coisas para aprender muita coisa.

Hoje minha felicidade se resume à minha família – parte dela, pelo menos – e meus amigos. Mas somente os verdadeiros. Porém, dentro todos esses amigos, alguns se destacam muito. Decidi falar de um, ou melhor, de uma delas hoje.

Ano passado eu a vi pela primeira vez. Sorridente, linda, reluzente, estrela de um encontro divinal – tudo bem, peguei do samba da Mocidade, mas é bonito – e, naquele mesmo instante, tive certeza que ela seria alguém especial na minha vida. Porém eu precisava vencer uma coisa: o medo de falar com ela. O ano passou, conclui meu ensino médio e nunca falei com ela. Na minha cabeça ficou a pergunta: “Será que verei ela de novo?”. E vi.

Aula de educação física e ensaio de dança. Quando olho para o lado, vejo o leãozinho mais lindo de toda a face da Terra me chamando para ajuda-la com um passo. Tive medo, mas estava ali como profissional. Expliquei o que ela me pediu e acabamos conversando. A cada palavra, a cada sorriso, a cada risada, eu me fascinava ainda mais pela pessoa maravilhosa que ela é. Hoje, ela é responsável pela maior parte dos meus sorrisos. Menina, obrigado por ter aparecido na minha vida. Peço desculpas aos meus amigos, mas eu precisava falar desta pessoa.

Muito obrigado pela visita e não esqueça de deixar seu comentário. Abreijos.



Crônica dedicada à Nathalia Araújo



* Crônica protegida por licenças Creative Commons. Reprodução permitida mediante apresentação dos créditos do autor.

sábado, 22 de maio de 2010

"O que eu também não entendo..."


O que eu também não entendo? Sinceramente, muitas coisas nesse “mundão de Deus”. Coisas simples, coisas absurdas, mas coisas sem explicação, realmente.


Existem alguns doidos que tentam responder perguntas como “Porque o Pato Donald usa toalha se não usa calças?”, ou “Porque as explosões de cinema são tão estrondosas se o som não se propaga no vácuo?” ou, ainda mais ridiculamente, “Quem nasceu primeiro – o ovo ou a galinha?”. Amigos, amigas e transgênicos – nada contra – sejamos minimamente inteligentes e paremos de tentar responder coisas sem respostas.

Uma coisa que eu não entendo, por exemplo: Ponto de Ônibus. Primeiro, falemos do ponto final. 50 pessoas numa fila para entrar num ônibus que ainda não está no ponto final. Quando ele vira na esquina da rua do ponto final, pelo menos 2 pessoas irão fazer sinal. Pergunto: PARA QUE? Se o ponto é FINAL, é porque não tem mais nenhum além daquele, ou seja, ele vai PARAR ali. Ainda no tocante ponto de ônibus, quando um ponto circular está bastante cheio e todo irão pegar o mesmo ônibus, basta uma pessoa fazer sinal. Mas ai, quando o ônibus chega, é uma sinfonia de braços e odores – geralmente desagradáveis depois de um dia trabalho – nos narizes dos transeuntes.

Existem raciocínios que eu não entendo. Há pouco tempo, numa certa universidade, vi um livro a venda numa banca de jornal. O título: “A HORA DO VERDICTO FINAL”. Quase tive um filho colorido, por que se é um VEREDICTO tem que ser FINAL. Não existe veredicto semi-final, ou quartas-de-final.

Para completar, falarei brevemente de telejornais. Me diga sinceramente qual a finalidade, por exemplo, do “Globocop” ? Tudo bem, trazer notícias aéreas e tudo mais, porém, é apenas isso?

Tarde de verão, praia lotada, Águia 1 dos Bombeiros preso em atendimento, Águia 2 da PM em operação, e o “Globocop” sobrevoa a praia filmando dois banhistas se afogando. 15 minutos para a chegada do socorro e os banhistas são resgatados desacordados. Que porcaria de piloto é esse que não abaixa a aeronave e resgata os banhistas.

Manhã de Sexta-Feira, ajuda humanitária necessita de ajuda no transporte de donativos para a região de São Gonçalo, atingida recentemente por grandes enchentes e desmoronamentos. Os caminhões, vans e carros não são o bastante para a carga, mas o “Globocop”... filma a entrega dos donativos do alto. Porque aquele teco-teco não ta carregado de material e pousado fazendo a entrega? Quer me convencer que a imagem aérea é mais importante do que ajudar um ser humano?

Sinceramente, “Globocop” de pobre é carrinho de roliman descendo de ladeira. Acostumemo-nos com os pilotos de helicópteros das emissoras sem interesse em ajudar a figura humana.

Grande abraço e até a próxima.



* Crônica protegida por licenças Creative Commons. Reprodução permitida mediante apresentação dos créditos do autor.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Vejo tua imagem... Mas não vejo você !



Já passa da meia noite. Eu dormia fora de minha casa. O quarto, completamente escuro, verdadeiro breu. Pouco antes acordara de um sonho maravilhoso vivido ao seu lado. De repente, ainda sonolento, ouço passos cortando a sala de estar. Eu tento acordar e não consigo. A porta do quarto abre. Repentinamente começo a sentir duas mãos quentes e delicadas subindo por minhas pernas, minha coxas, tocando meu peito e chegando ao meu rosto. Eu não conseguia ver quem era, mas a única imagem que eu via era a sua. Seu rosto, seus olhos, seu carinho, tudo de você estava na minha cabeça, mas aquelas mãos não sossegavam.

Pensando em você, o prazer subiu pelo meu ser, deixando-me completamente teso. Meu corpo respondia a cada toque, mas você nada falava. Meus olhos não viam seu rosto, mas minha mente se fixava nele. Você passeava por todo meu corpo, beijando cada pedaço, alisando todos os pontos que me deixam completamente louco: até parecia ter um mapa de meu prazer.

Sem dúvida, é muita presunção pensar em você dessa forma, mas naquele momento não existia interesse sexual em você, apenas emocional. Não simplesmente sexo, mas sim amor. Viajei por teu ser, beijei sua boca e senti teu corpo colado ao meu. Minha volúpia aumentava, mas só via o amor que sinto por ti.

Amamos freneticamente por horas, nos cansamos e acabamos pegando no sono. Ao amanhecer – extrema surpresa – não era você. Era ela, aquela que não amo, que não desejo, que não quero. As lágrimas passaram a escorrer de meu rosto, meu corpo passou a ser alvo do meu mais puro asco, mas minha mente não saia de você. Implorei desculpas em pensamento à você e, mais uma vez, senti o cheiro do pior de mim.

Sai da cama. Tentei não acorda-la para não precisar dar explicações. Tomei um banho para tentar lavar a sujeira que estava em meu corpo pela pior coisa que já fiz na vida. Fiz um forte café e tomei para tentar esquecer tamanho erro. E seu rosto, inquisidor, triste, me fazia chorar a cada minuto mais. Fui ao quarto, me despedi tentando ser o mais natural possível, e fui embora. Até hoje o asco daquele dia circula em meu corpo. Me desculpe, meu eterno amor. Sou teu e de mais ninguém, eternamente.

 
 



* Crônica protegida por licenças Creative Commons. Reprodução permitida mediante apresentação dos créditos do autor.

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