segunda-feira, 5 de abril de 2010

Linguagens ocultas da dança

Jhonatan Romão e Amanda Assis - Expodance Rio 2009

       

Dança... A mais bela das linguagens. Com ela, não precisamos de palavras, de argumentos escritos ou verbalizados. A dança fala por sí, através de seus passos, compassos e abraços. O prazer da dança toca a pele, o peito, a alma, a mente e muda sua vida.
        Posso verbalizar - me contradizendo, por sinal - diversas danças, mas algumas me fascinam de maneira singular. Pelo jeito, pela conotação, pelo apelo. Cada uma tem seu lado especial.
        Samba. Existe, por acaso, um ritmo que te faça mexer mais o corpo que o samba? Mostra no pé o que você sabe, babe o balanço do quadril da mulata em cima do salto plataforma, salte delicadamente tal qual um colibri e faça a sua festa. Pegue sua dama, avance para o salão e, entre facões e contratempos, mostre seu Swing.
       Bolero. Seriedade, romantismo, desejo implicito numa dança sóbria. Volúpia escondida por uma capa de conceitos e máscaras de cinismo. Movimentos sutis, toques aveludados, proximidades perigosas e, acima de tudo, respeito pela dama.
        Mas, creio eu que, atualmente, nenhuma dança me fascina mais do que o Zouk. Um ritmo quente que mostra o que você quer - e o que não quer também - para a sua parceira de dança. O toque dos corpos contorcendo-se entre rebolados e quebras de quadril, a proximidade dos lábios nas entradas dos cambret's, o abraço malicioso disfarçado sob a máscara sutil de um mergulho. Porém, antes de mais nada, o que mais me fascina no Zouk é o olhar. Os olhos do cavalheiro vidrados no de sua dama, tocando-a e dizendo, com volúpia desmedida: "Quero você". Os passos quase que sexuais instigam a imaginação de quem assiste e o desejo de quem dança.
        Se você, caro amigo, quiser dançar, eu indico: o Zouk é um ótima pedida. Até a próxima.






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