Reza o velho ditado que "Deus dá o frio conforme o cobertor", mas às vezes penso se todos deviam sentir o frio de todo o dia. As coisas ocorrem à nossa volta e, por vezes, nem mesmo nos damos conta.
Hoje estive no centro de Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O bairro é contente, movimentado e, geralmente, bem quente. Hoje, com a chuva, o bairro ficou meio cinza, menos movimentado. Porém o shopping, como sempre, abarrotado de gente. Pessoas fazendo comprar, lanches e gastando dinheiro em coisas fúteis, inclusive eu.
Caminhei entre os corredores, cheguei de fronte ao cinema: nada me interessou. Decidi fazer um lanche e ir embora. Ao sair do shopping, deparei-me com uma cena que me cortou o coração: um cãozinho estava na rua, todo molhado. Eu, com pena, levei-o para um lugar coberto, apanhei o jornal que comprei mais cedo e sequei-o, arrumando algumas folhas como acomodação para ele. O cão olhou para mim, com uma certa cara de desconfiado, mas adorou sua nova estada. Porém o que realmente me tirou as ações não foi isso.
Comprei um sorvete após socorrer o cãozinho e vim andando. Ao passar por uma das esquinas da Rua Professor Clemente Ferreira, vi um corpo embaixo de um caminhão. Me desesperei: “Meu Deus, tem um homem morto aqui”. Ele aparentava ter seus 75, 80 anos. Abaixei-me ao lado do corpo para verificar seus batimentos e o homem despertou, assustado, de seu sono.
Perguntei porque ele estava ali, e ele me disse que não tinha para onde ir, mas precisava proteger-se da chuva. Puxei conversa e ele passou a contar a sua vida (moradores de rua, geralmente, são pessoas muito carentes). Veio cedo do nordeste, lutou e conseguiu uma boa colocação social. Era dono de uma grande empresa de atacado varejista que há muito já fechou as portas. O negócio ia de vento em popa, quando conheceu Valquíria (nome fictício), mulher que dominou seu coração e tirou tudo dele, assumindo o controle da empresa. Ele, sem filhos, não teve na época quem o ajudasse. Soube após perder tudo que Valquíria estava grávida dele e, logo que ele foi embora, casou-se com o seu motorista. Seu filho? Nunca o conheceu, nem mesmo cnhece seu rosro. Amargurado e sem um tostão, ele saiu pela rua e é nela que vive há mais de 20 anos. Perguntei o motivo de ele não estar em um abrigo público, e ele relatou-me os acontecimentos impuros daquele local: homossexuais, estupros, assassinatos e espancamentos. Ninguém contou para ele, ele viu.
Tirei uma certa quantia da carteira e entreguei à ele, perguntando-me o que aquele homem fez para merecer tanto sofrimento. Sei que algum engraçadinho vai fazer piada com isso, mas só eu sei o que eu vi na face desse homem. Levei-o à uma casa espírita que acolhe mendigos e lá o deixei. Espero que possa ter ajudado pelo menos aquele espírito de vida tão atribulada.
Hoje estive no centro de Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O bairro é contente, movimentado e, geralmente, bem quente. Hoje, com a chuva, o bairro ficou meio cinza, menos movimentado. Porém o shopping, como sempre, abarrotado de gente. Pessoas fazendo comprar, lanches e gastando dinheiro em coisas fúteis, inclusive eu.
Caminhei entre os corredores, cheguei de fronte ao cinema: nada me interessou. Decidi fazer um lanche e ir embora. Ao sair do shopping, deparei-me com uma cena que me cortou o coração: um cãozinho estava na rua, todo molhado. Eu, com pena, levei-o para um lugar coberto, apanhei o jornal que comprei mais cedo e sequei-o, arrumando algumas folhas como acomodação para ele. O cão olhou para mim, com uma certa cara de desconfiado, mas adorou sua nova estada. Porém o que realmente me tirou as ações não foi isso.
Comprei um sorvete após socorrer o cãozinho e vim andando. Ao passar por uma das esquinas da Rua Professor Clemente Ferreira, vi um corpo embaixo de um caminhão. Me desesperei: “Meu Deus, tem um homem morto aqui”. Ele aparentava ter seus 75, 80 anos. Abaixei-me ao lado do corpo para verificar seus batimentos e o homem despertou, assustado, de seu sono.
Perguntei porque ele estava ali, e ele me disse que não tinha para onde ir, mas precisava proteger-se da chuva. Puxei conversa e ele passou a contar a sua vida (moradores de rua, geralmente, são pessoas muito carentes). Veio cedo do nordeste, lutou e conseguiu uma boa colocação social. Era dono de uma grande empresa de atacado varejista que há muito já fechou as portas. O negócio ia de vento em popa, quando conheceu Valquíria (nome fictício), mulher que dominou seu coração e tirou tudo dele, assumindo o controle da empresa. Ele, sem filhos, não teve na época quem o ajudasse. Soube após perder tudo que Valquíria estava grávida dele e, logo que ele foi embora, casou-se com o seu motorista. Seu filho? Nunca o conheceu, nem mesmo cnhece seu rosro. Amargurado e sem um tostão, ele saiu pela rua e é nela que vive há mais de 20 anos. Perguntei o motivo de ele não estar em um abrigo público, e ele relatou-me os acontecimentos impuros daquele local: homossexuais, estupros, assassinatos e espancamentos. Ninguém contou para ele, ele viu.
Tirei uma certa quantia da carteira e entreguei à ele, perguntando-me o que aquele homem fez para merecer tanto sofrimento. Sei que algum engraçadinho vai fazer piada com isso, mas só eu sei o que eu vi na face desse homem. Levei-o à uma casa espírita que acolhe mendigos e lá o deixei. Espero que possa ter ajudado pelo menos aquele espírito de vida tão atribulada.
E você, querido leitor, eu rogo que hoje, ao deitar-se em sua cama, pense nesse homem. Na verdade, pense em cada ser humano que não pode ter uma casa para viver, uma cama para dormir, uma comida para consumir e peço que orem por estes. Você, que reclama do que tem, que quer sempre mais, pense agora se você já não tem muito, se Deus já não te deu muito. Fiquem na paz do nosso senhor, meus amigos. Até a próxima postagem.
As pessoas q estão nas ruas muitas vezes são vitimas da própria incoerência... o alcoolismo destroi a vida e muitos lares... nao sei se é o caso desse mendigo, mas de qualquer forma, eu rezo... mas não dou dinheiro.
ResponderExcluirÉ Jhon, o mundo é muito cruel mesmo e sempre nos faz ver coisas deste tipo ou até piores. O grande problema é que, como essas cenas sempre se repetem, passa a ser rotina e as pessoas não se sensibilizam mais ou não se importam com isso.
ResponderExcluirSaiba que Deus nunca nos abandona, nem nos nossos momentos mais difíceis, ele apenas nos põe à prova para que possamos nos tornar pessoas melhores, e com isso, termos um futuro muito melhor. Pode ter certeza de que Deus não se esqueceu deste homem, prova disso foi ter colocado vc no caminho dele para ajudá-lo, e com certeza Deus ainda fará muito por ele e por todos nós. Admiro sua nobre atitude Jhon, pois um homem de verdade não é feito só de palavras e sim de atitudes que mostram quem ele realmente é.
^^
Vc acomodou o cachorro e depois tomou o sorvete?? Meu Deus imaginei vc segurando a casquinha com cheiro de cachorro... !!!!
ResponderExcluirmas o que valeu mesmo foi a intenção! Espero um mundo melhor tambem!
ResponderExcluirNão, Maitê do meu coração... Eu comprei o sorvete DEPOIS de ajudar o cachorro!!! - Pessoal, obrigado pelo comentários... É muito importante para mim!
ResponderExcluirÉ, amigo, o abandono é uma triste realidade de nossos dias. Parece que as pessoas estão mais preocupadas com a própria imagem e o outro que se vire sozinho. É um mal da modernidade e uma doença social essa indiferença. Abraço. Paz e bem.
ResponderExcluirseja bem vindo...nossa lendo seu texto meu coração doeu,meu avo fez 88 anos hoje e estamos felizes,mas ver sua historia pensei que podia ser meu querido avo.espero que as pessoas não abandonem seus entes queridos.parabéns por tão nobre gesto.
ResponderExcluirPROFUNDOOO!!!
ResponderExcluir