........08 horas da manhã. Eu descanso tranquilamente em meu leito quando meu telefone toca. É minha mãe, que assistindo certo programa me pede para acionar minha televisão. É ai que me deparo com tal cena: um homem, armado, ingressa numa escola e promove uma verdadeira chacina. Meu coração começa a se sobressaltar, o sono acaba e eu começo a acompanhar este caso. Entre reportagens, coberturas e cliques, tento obter o máximo de informações possíveis, pois filhos de amigos meus estudam naquele lugar.
........11 horas da manhã. É veiculada em rede nacional a fotografia do invasor. O mais triste foi descobrir que era alguém que eu já havia visto, como um mero transeunte, apenas um cidadão. Fiquei pensando no que eu faria se eu fosse o policial que conseguiu alvejá-lo na perna. Porém, até então, eu só via o que a TV mostrava.
........Dezenas de crianças foram enviadas ao Hospital Albert Schweizer. Em determinado momento, a movimentação de helicópteros sobrevoando minha residência se tornava quase ensurdecedora. Várias destas crianças foram levadas para outras unidades médicas. Foi então que resolvi olhar com mais atenção.
........Atravessei minha rua e me deparei com o “caveirão do ar”, aeronave blindada da Polícia Civil, decolando. O que mais me desesperou foi conseguir contar – a aeronave estava bem baixa – pelo menos cinco pontas de macas expostas e mais de dez policiais civis pendurados nas portas para darem espaço para as equipes médicas trabalharem. Entrei em casa, troquei de canal e passei a assistir meu ídolo: Wagner Montes.
........A cobertura me emocional. À cada relato das crianças, à cada mãe desesperada minhas lágrimas corriam. Chegou a hora mais esperada pela mídia: a coletiva de imprensa com as autoridades competentes. Acredito que nunca mais irei ver nosso excelentíssimo senhor governador, Sérgio Cabral em estado de choque, completamente desorientado e negando, até mesmo, atender uma ligação de nossa presidente da república, Dilma Roussef. Creio que também nunca mais verei nosso prefeito, Eduardo Paes, tentando de todas as formas segurar suas lágrimas para completar a coletiva de imprensa. Na contramão, a senhora chefe de polícia civil Martha Rocha e o senhor Comandante Geral da Polícia Militar, Coronel Mario Sérgio demonstraram todo o seu profissionalismo – e frieza – e foram “curtos e grossos” nas suas coletivas.
........Ouvi o governador chamar o policial Márcio Alves seria um “Herói”. Mais emocionante foi ouvi-lo falando em rede nacional: “Não sou herói. Apenas cumpri o meu dever”. Porém, o mesmo policial desabou ao pensar: “Se eu tivesse chegado cinco minutos antes, nada disso teria ocorrido”.
........Gostaria de tentar entender o porque disso tudo. Alguns religiosos me disseram que estava escrito na Bíblia, o Apocalipse. Ateus dizem que ele era apenas mais um bandido. Médicos dizem que ele tinha problemas mentais. Eu digo que ele é uma alma perdida, sem motivo e sem amor à vida própria e alheia. À mim cabe, apenas, me consternar, demonstrar meus sentimentos aos familiares das vítimas e rezar para que esses pequenos anjos sejam arrebatados novamente pelo nosso senhor para o seu rebanho. Conto com a sua oração. Paz e luz.
CRÔNICA EM HOMENAGEM ÀS CRIANÇAS MORTAS NO ATAQUE AO COLÉGIO TASSO DA SILVEIRA, EM REALENGO, NO DIA 07 DE ABRIL DE 2011.
- Karine Chagas de Oliveira, 14 anos
- Rafael Pereira da Silva, 14 anos
- Milena dos Santos Nascimento, 14 anos
- Mariana Rocha de Souza, 12 anos
- Larissa dos Santos Atanásio, idade não apurada
- Bianca Rocha Tavares, 13 anos
- Luiza Paula da Silveira, 14 anos
- Laryssa Silva Martins, 13 anos
- Géssica Guedes Pereira, idade não apurada
- Samira Pires Ribeiro, 13 anos
- Ana Carolina Pacheco da Silva, 13 anos
Além das vitimas não identificadas e feridos.
É, foi muito complicado mesmo isso! :/ Foi triste demais mesmo, muito complicado, pior parte era de manhãzinha quando não se sabia exatamente o que estava acontecendo e todo mundo desesperado :~ Agora é só rezar mesmo pelas crianças e principalmente pelos pais que devem estar mt mal :/
ResponderExcluirBeijos!
Eu como Kardecista,sei que nada acontece por acaso,mas rezei,levei o nome das vítimas e do assassino(que de uma certa forma é uma vítima também) ao centro e oro para que eles encontrem a paz,o seu lugar para repousar,fiquei muito triste..e além do mais foi uma coisa de uma certa forma,perto de minha casa,nao tem como não ficar mexido,esse foi um duro golpe para todos!
ResponderExcluirPedro Ivo Nogueira Silva!